* escola (ILSC)
dentre as opções que a STB me deu, escolhi a ILSC após algumas pesquisas na internet. considero que foi uma boa escolha. gostei da localização, próxima a estação de metrô (st.patrick), das atividades extras ofertadas e da estrutura em geral. tinha muitos estudantes brasileiros mas isso é bem comum em todas as escolas. o fato deles proibirem o uso de outros idiomas nas dependências da escola ajuda bastante a restringir o uso do português e forçar a imersão no inglês. um ou outro brasileiro "mala sem alça" insistia em falar português mas eu fugia desses. com os brasileiros que fiquei mais próxima, sempre falava inglês, mesmo nos passeios fora da escola.
no primeiro dia fiz o teste de nível (prova escrita e oral) e fiquei no communication intermadiate 3. fui muito bem na parte escrita mas faltou fluência na conversação. meu problema é vocabulário e acabei ficando onde eu queria e sabia que precisava ficar.
eu só me inscrevi para 17 aulas semanais, o que preenche apenas as manhãs, e duas semanas de curso é realmente muito pouco para ver uma evolução significativa. na verdade, minha principal motivação eram as férias e não o curso. mas o fato de ter ficado quase 100% do tempo ouvindo e falando inglês (eu só falava português quando ligava para casa), deu uma boa melhorada no meu listening, especialmente.
* homestay
descobri lá que a maioria das famílias que recebem estudantes em toronto fazem isso "profissionalmente". uma surpresa para mim, já que imaginei que as pessoas recebessem os estudantes apenas eventualmente e simplesmente por quererem um contato com diferentes culturas ou coisa assim. não, as casas são verdadeiros albergues de estudantes que complementam a renda da família. no meu caso, por exemplo, a família filipina até dorme nos quartos do subsolo para deixar os quartos principais, no andar de cima, para os estudantes. os quartos estão sempre cheios.
éramos 3 estudantes na casa. eu, um russo de 16 anos e um libiano com 19 anos. cada um com seu quarto. o russo fazia high school e o libiano estava se preparando para a universidade. a família era formada por pai, mãe e um filho de 20 anos. todos muito atenciosos e boas pessoas. só eram um pouco "sem modos", principalmente o filho, que passava o dia de pijama, jogando vídeo game e comia feito um porquinho, falando de boca cheia e com a comida escorrendo da boca. isso me incomodava um pouco mas nada demais para aguentar por 2 semanas.
pela manhã, eu mesma preparava qualquer coisa para o café antes de ir para a escola. o almoço não estava incluído e eu sempre comia na rua. o jantar era preparado pela mãe ou pelo pai da casa e servido por volta de 9 horas da noite com todos reunidos. quando alguém não ia jantar ela pedia para avisar. mas eu gostava de jantar com eles porque era a hora em que eu podia interagir mais com todos, saber mais sobre a cultura de cada um, aprender novas expressões.
a casa era bem limpa. todos deixavam os sapatos na porta e tinham chinelos exclusivos para andar dentro da casa. meu quarto era individual com cama de casal, armário, cômoda, escrivaninha e espelho. o banheiro era dividido com os outros estudantes.
a comida deles era boa mas bem condimentada. eles comem muito arroz, até no café da manhã. a comida era bem farta e podíamos nos servir a vontade com as coisas da geladeira. para o café da manhã tinha cereais, pães, frutas...
acho que, no geral, tive sorte com minha família. vi algumas pessoas terem problemas. vi, por exemplo, uma família de italianos que restringia o número de banhos. no meu último dia na escola, enquanto esperava para receber o meu certificado, vi uma brasileira chorando no setor responsável, porque já tinha mudado 2 vezes e não estava se entendo com a nova host mother.
* transporte público
minha homestay ficava na eglinton avenue west. eu tinha que pegar um ônibus, que passava na porta, e pegar o metrô na estação eglinton west. mais ou menos 40 minutos até a escola mas bem tranquilo. o sistema de transporte público lá é bem abrangente. tudo integrado: ônibus, metrô, streetcar... com uma passagem de 3 dólares (dinheiro trocado, em moedas) posso fazer o trajeto completo de um único sentido mas usando qualquer uma das opções, descendo de um e subindo em outro. logo no primeiro dia comprei o weekly pass que permite usar quantas vezes quiser qualquer meio de transporte público durante uma semana (de segunda a domingo). o cartão semanal custa CAD 39,25.
baseados na cultura e educação local, tudo lá é feito muito na confiança. você mesmo coloca as moedinhas com o valor da passagem no coletor sem ninguém para conferir. o cartão semanal é só mostrar. poucas vezes vi o motorista cobrar. catracas, onde você precisa passar o seu cartão para entrar, acho que só fui usar na segunda semana. quase sempre elas estavam liberadas e eu só entrava. quando eu descia do ônibus na estação, era só descer e pegar o metrô. nem catraca tinha. certamente esse modelo não funcionaria no brasil.
na chegada a toronto eu tinha contratado o transfer (100 dólares) mas, quando fui para nova iorque, como tinha apenas uma pequena mala, fui de transporte público. fácil e barato. é só pegar o metrô sentido west (linha verde) até a última estação e de lá saem ônibus direto para o aeroporto. na volta para o brasil eu só não fiz esse trajeto também porque estava com uma mala enorme e pesada, mais a mala pequena. fui de táxi e paguei 38 dólares.
em nova iorque eu comprei o passe de 7 dias já na banca de jornal do aeroporto (40 dólares) e fui para o hostel de ônibus. o metrô lá é bem abrangente também mas um pouco mais complicado que em toronto porque as linhas não são todas interligadas. é preciso estudar o mapa do metrô antes de decidir ir para algum lugar. mas nada impossível e rapidinho a gente se acostuma.
* bebidas alcoólicas
lá em toronto é proibido beber qualquer tipo de bebida alcoólica nas ruas. menores de 19 anos não podem beber de jeito nenhum. e elas só são vendidas em lojas específicas, autorizadas, ou nos bares e restaurantes. beber na rua é algo grave que pode dar cadeia e multa. mais grave que fumar maconha. se te pegam fumando maconha só mandam apagar e pronto. pelo menos foi isso que me disseram. como eu não vi ninguém bebendo na rua mas senti cheiro de maconha em pleno centro financeiro na cidade, acredito que seja verdade. mas é algo também cultural e que eles, canadenses, estão bem acostumados. conversando com o filho da minha host family e seus amigos sobre essa proibição das bebidas, eles acharam bem estranho quando eu disse que aqui no brasil cada um bebe onde quiser, o quanto quiser. coisa de outro mundo. a fiscalização de idade para entrar em boates e locais onde vendem bebidas é bem rígida. todo mundo tem que mostrar a identidade.
* clima
fiquei em toronto de 16 a 29 de agosto, depois passei uma semana em nova iorque e voltei dia 4 de setembro para pegar meu voo para o brasil dia 5. na maioria das vezes o dia estava ensolarado, sendo possível usar short e camiseta. mas em alguns dias caiu uma chuvinha fina e foi preciso usar um casaquinho leve. em nova iorque só choveu um dia (tempestade mesmo) mas, no geral, estava bastante ensolarado e fazendo muito calor.
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